Sul de Minas: terra de gente que ama café
O Clube illy do Café levou um grupo de jornalistas de São Paulo para conhecer as fazendas de dois sócios no Sul de Minas: Adolfo Henrique Vieira Ferreira e Marisa Contreras. Os visitantes acompanharam o funcionamento das fazendas em plena colheita, no mês de julho.
Adolfo, proprietário da Fazenda Passeio (Monte Belo/MG), é da 4ª geração de uma família de cafeicultores e fornece para a illy há 19 anos. Os cafezais estão localizados em região montanhosa, com altitude que varia de 1.100 a 1.280 metros e uma temperatura que nunca ultrapassa os 32°. Condições mais do que propícias para a produção de cafés arábica de altíssima qualidade. Por conta da topografia, a colheita é 100% manual.
São 230 hectares de café plantado e uma produção de 9 mil sacas em média, sendo 50% a 60% de café especial (de acordo com a classificação da Associação Brasileira de Cafés Especiais). A fazenda conta com 55 funcionários fixos, número que sobe para 150 durante o período de colheita.
A visita passou pelas belas plantações de café Bourbon e Catuaí e pelas instalações de processamento: linha de separação e polpa úmida completa, terreiros, plataformas cobertas suspensas, secadores rotativos, caixas para armazenamento de café em pergaminho e linha de moagem a seco para triagem e classificação do produto acabado. A Passeio produz microlotes e já trabalha com nanolotes, obtidos a partir de uma criteriosa seleção de grãos.
Em 2010, Adolfo teve a ideia de criar uma área de preservação permanente que leva o nome do Dr. Ernesto Illy, em homenagem ao visionário presidente da illycaffè que, como o próprio produtor reconhece, foi essencial para a guinada de sua fazenda rumo à produção de cafés de alta qualidade. Os visitantes deixaram sua marca, literalmente, na Fazenda Passeio: cada um foi convidado a plantar uma árvore no local e assinou uma placa com seu nome.
Em Areado, a cerca de 30 km de Monte Belo, está a Fazenda Capoeira Coffee, propriedade de Marisa Contreras e Oscar Gabriel Contreras. Eles iniciaram as atividades na fazenda há cerca de uma década, ainda na produção de cafés commodity, mas entraram em 2012 no universo dos cafés especiais e já conquistaram grande reconhecimento.
Apesar da proximidade com a fazenda de Adolfo, a Capoeira Coffee apresenta um perfil diferente, a começar pela altitude bem mais baixa, de 780 metros, característica que permite a utilização de maquinário para a colheita. Esse fator reflete também em um número menor de funcionários: são 20 na época da colheita.
Os cafés produzidos na fazenda são das variedades Rubi, Mundo Novo, Topázio e Catuaí, preparados por via seca e via úmida. “Pelos diferenciais de altitude, nossa vocação são os cafés descascados especiais,e em menor porcentagem, os naturais especiais”, explica Marisa.
Além de acompanharem o caminho percorrido pelo café na fazenda – a colheita e as estruturas de secagem e armazenamento – os jornalistas conheceram um pouco mais sobre Marisa e sua visão empreendedora: ela idealizou e está à frente de projetos que envolvem turismo rural, educação e empoderamento feminino. Não à toa, é convidada para ser palestrante em diversos eventos da cafeicultura e venceu o prêmio Mulher de Negócios do Sebrae MG em 2017.
Marisa e Adolfo são produtores de perfis distintos. Enquanto ele vem de uma tradicional família cafeeira, ela migrou do mercado farmacêutico há pouco tempo e se descobriu na cafeicultura. Em comum, eles compartilham de um fator essencial: a paixão pela produção de café de qualidade. E encontram na illycaffè uma grande parceira e incentivadora para que continuem realizando um grande trabalho.
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